Prefeitura de Carmópolis de Minas (MG) abre sindicância para apurar “sumiço” de R$ 2 milhões das contas do Executivo
Determinação foi publicada no Diário Oficial do Município no último dia 10; Grupo de trabalho terá 30 dias para apresentar resultados
Minas Gerais|Bruno Menezes, da RECORD MINAs

A Prefeitura de Carmópolis de Minas, a 126 km de Belo Horizonte, determinou na terça-feira (10), a abertura de uma sindicância para apurar o desaparecimento de R$ 2 milhões da conta do executivo. A decisão foi publicada no DOM (Diário Oficial do Município). A Polícia Federal e o MPF (Ministério Público Federal) investigam o “sumiço” do dinheiro por meio de quatro transferências suspeita realizadas para conta de fora do Estado, no dia 15 de maio.
Na publicação no DOM, o prefeito Celinho da Saúde (União) escreve que a abertura se deve para apurar " eventuais envolvimentos de servidores municipais e/ou terceiros nos saques desautorizados ocorridos nas contas bancárias do município, acarretando prejuízo aos cofres públicos estimado em R$ 2.092.000,00″. A publicação ainda designa que três servidores componham a sindicância e determina que os resultados dos trabalhos sejam apresentados em até 30 dias.
Relembre o caso
Os recursos são federais e fazem parte do Fundo Nacional da Saúde, que é destinado a aplicações e melhorias na saúde do município. Uma das suspeitas é que o sistema da Caixa Econômica Federal tenha sido invadido. A Prefeitura entrou com uma ação na Justiça contra o banco.
De acordo com o boletim de ocorrência registrado pela prefeitura, servidores foram alertados das transferências suspeitas por meio de uma ligação do gerente do banco — que teria questionado se pagamentos com valores altos teriam sido executados pela prefeitura.
Ao todo foram quatro transferências, sendo uma de R$ 1,2 milhão, a segunda de R$ 145 mil, a terceira de R$ 200 mil e a última de R$ 500 mil.
Os servidores que costumavam fazer os pagamentos negaram transferências com valores altos. O boletim dá conta ainda que o gerente do banco orientou que fosse feita a contestação das transferências.
Um funcionário do setor de tecnologia da prefeitura verificou os computadores utilizados pelos servidores da tesouraria do Executivo e nenhuma anormalidade foi encontrada.
“O gerente do banco fez contato com uma servidora e falou sobre as transações suspeitas. Ela levou um susto. Fomos até o banco e, depois, à Polícia Civil para registrarmos boletim de ocorrência. A segurança da conta tem que estar em primeiro lugar. Os recursos das contas eram todos para a saúde. Uma quantia desse tamanho faz muita falta e em algum momento pode afetar o serviço no município”, afirma o procurador-geral de Carmópolis de Minas, Wagner Rodrigo Rufino Borges.
A reportagem do Portal R7 entrou em contato com a Polícia Federal, que afirmou que não comenta investigações em andamento. Um posicionamento do MPF também é aguardado.
Em um primeiro contato, a Caixa Econômica Federal informou que “monitora ininterruptamente seus produtos, serviços e transações bancárias para identificar e investigar casos suspeitos de fraudes” e que “em caso de movimentação não reconhecida pelo cliente, o banco esclarece que é possível realizar pedido de contestação em uma das agências do banco, portando documentos de identificação”.
O banco esclareceu ainda que “as contestações são analisadas de forma individualizada e considerando os detalhes de cada caso. Para os casos considerados procedentes, o valor é ressarcido. Em conformidade com a Lei de Sigilo Bancário, o resultado é reado exclusivamente ao cliente”.
Fique por dentro das principais notícias do dia no Brasil e no mundo. Siga o canal do R7, o portal de notícias da Record, no WhatsApp